terça-feira, 20 de outubro de 2015

As crises que nos motivam?


Acho interessante quando as pessoas me perguntam sobre a crise do Brasil. Algumas ideias costumam vir à mente e alguns flashes são inevitáveis. Bom, para quem não sabe sou professora. Entre outros assuntos que costumo abordar é história e mais que isso: a nossa história... Somos fruto de todas as decisões passadas. Vamos pensar um pouco sobre o que já passamos e sobrevivemos?
Para não ficar muito cansativo, o que acham de falar a partir da crise da bolsa de valores
em 1929? Pois é, mesmo após todo o alvoroço causado, em junho de 1931 o Brasil sofria com a decisão da queima do café. 

Aquela chama acendeu durante as festas juninas e permaneceu acesa até o final daquele ano em Santos – e não tinha ligação alguma com a comemoração de São João. O café era queimado a mando do governo de Getúlio Vargas para tentar reduzir o impacto negativo da crise no Brasil. Vargas assumiu o poder um ano antes, por meio de um movimento militar que se tornou conhecido como Revolução de 1930. Vocês chegaram a ler sobre o assunto? E a questão: sobrevivemos a isso? Sim. Lembro-me de minha avó dizendo que “naquele tempo” as coisas eram melhores... Alias, minha mãe também fala muito isso. rsrs
Pois bem, quando a coisa estava na tentativa de se estabilizar, a 2ª Guerra Mundial foi decretada em 1944 e acreditem: o Brasil participou dessa Guerra. A Força Militar Brasileira FEB lutou ao lado dos países aliados contra os países do Eixo. O lema: “A cobra está fumando” em resposta aos que consideravam ser mais fácil a cobra fumar do que o Brasil entrar na Guerra. Foi um período de muita disputa civil e luta pela democracia (Tudo bem que mandamos bem menos homens do que havíamos prometido...rsrsr). Mas passamos por mais essa etapa e crescemos com isso.
Íamos felizes quando em 1971 houve o fim do padrão ouro. Estava difícil a manutenção desse padrão. Olha só: à medida que os dólares iam se acumulando nos países europeus e o ouro continuava saindo dos EUA, manter o preço da onça a US$ 35 era impraticável. Tudo isso para a manutenção do arranjo de Bretton Woods. O preço da onça chegou a US$ 125... Sobrevivemos a isso também. Como miséria pouca era bobagem, em 1973 houve os embargos ao Petróleo durante a guerra árabe-israelense. O Brasil (de Médice) estava no auge do regime militar. Em apenas cinco meses, (entre outubro de 1973 e março de 1974) o preço do petróleo aumentou 400%... Será que isso impactou alguma coisa à economia brasileira? Rs E para ajudar, estávamos no fim do milagre econômico ocorrido na ditadura militar no Brasil. Ufa, passamos por mais essa.
Novamente quando as coisas começam a voltar para o lugar, em 1979 com a revolução iraniana, desencadeou-se a segunda crise do petróleo. O Brasil sente essa crise de maneira absurda. A economia se retrai. Acreditem, não existia facebook, nem twitter, (nem Orkut!!!) estávamos ilhados... Centrados em nosso umbigo. O mundo girava por aqui... Era usual os postos de gasolina fecharem aos finais de semana. E como o brasileiro adora uma fila, era uma delicia... Automóvel do ano? Brasilia, variant, opala, fusca... Alguém lembra de mais algum? Hehe.


Mais uma etapa que se passa. Aí foi uma loucura: 1980 Iraque invade Irã; 1987 2ª feira negra, FMI para lá e para cá... do ponto de vista econômico, tínhamos herdado os altos índices de endividamento dos períodos anteriores e enfrentávamos dificuldades para a rolagem da dívida. No inicio dos anos 80 a ideia era cortar custos do governo e aumentar a arrecadação. A partir de 1985 começamos a discordar do FMI com a chegada do Sarney e propomos novas alternativas econômicas. A inflação chegou a patamares estrondosos. Ao final da década de 80 nem o Brasil e nem o mundo eram mais os mesmos. A guerra fria estava no fim e o modelo neoliberal tomou conta no processo de globalização econômica. E também, passamos por tudo isso...com altos e baixos. Sobrevivemos. Crises da década de 1990: 1992 Japonesa, 1994 crise cambial mexicana, 1997 asiática, 1998 Russa, 1999 crise cambial brasileira. E olha nós novamente aqui: firmes!
A partir de 2000 quando muitos achavam que o mundo iria acabar e que o bug do milênio destruiria tudo, tivemos ainda a crise das pontocom em 2000, o onze de setembro 2001, Crise da Argentina 2001/2002, Crise do subprime em 2008 e crise da Europa em 2010. Como estamos? Continuamos almoçando, jantando, assistindo novelas, viajando e comprando a prazo rs... talvez agora a viagem possa ser local. Mas continuamos viajando.


E sobre a crise de 2015? Queridos, está provocando inevitavelmente um forte ajuste na cotação do dólar e outras moedas fortes como o euro, queira o governo ou não. Quem já foi ao banco pedir empréstimo recentemente? Como foi? Fácil? Rsrsr. Estamos com restrição ao crédito e a danada da inflação voltou. Mas para quem já viveu inflação de aproximadamente 2.400% aa, estamos bem não? Além disso, a crise é momento de oportunidades: Há os que choram e os que vendem lenço. Prefiro acreditar que buscamos fazer parte do segundo time. Qual a dica? Pense no que realmente quer. Pois tudo o que fazemos, buscamos e almejamos; todo o desgaste de acordar cedo e dormir tarde; tudo é para ser FELIZ.
Depois disso delineado, faça as contas, siga seus princípios. Reduza o grau de endividamento. Mas mesmo assim, se permita a gastos que estão dentro de suas crenças. Se você gosta de uma vida saudável, melhor cortar gastos com restaurantes,  pode investir naquela bike se for substituir a ida ao trabalho de carro (e gastos com estacionamentos, manutenção e gasolina) por ela. É um ideal... e vale a pena. Seja mais frugal e menos consumista. Pense no que motiva.
Seja criativo: se não dá para ir a Paris, vá fazer um picnic noturno no Ibirapuera... leve um vinho. Saboreie o momento como se fosse o ultimo. Seja leve... Não busque felicidade em coisas que morrem ou acabam. A felicidade deve ser plena. E não é preciso estar com um carro do ano para ser feliz. Essa é a verdade. Tenha vários patrões: Se dinheiro é algo importante para a realização de seus sonhos, tenha claro que só você poderá aumentar essa fonte de renda. Não é o momento para sair brigando no trabalho sentindo-se injustiçado. Se não está feliz: Pare. Pense. Aja. Se for o caso, inicie as tratativas para seu próximo ciclo. Prepare-se. E maximize o que você já faz. Pinte, costure, faça vendas diretas, preste serviços. Se movimente....Pensem nisso.


Aproveitem o dia!

Bjocas carinhosas



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